terça-feira, 15 de junho de 2010

Viagens, caminhos e aprendizados

Já havia comentado, no blog anterior, minha perspectiva de vida como “caminho”. E pode ser que esteja tendo uma compreensão mais exata de que este caminho significa, na realidade, um processo de aprendizagem.
Tenho me esforçado para usar meu tempo aprendendo. Não sei exatamente quando nem por que decidi fazer assim. Acho que desde pequena valorizei o ato de aprender, por diversos motivos. Acredito mesmo que essa tenha sido a coisa que melhor soube fazer, até agora.
No início, essa perspectiva de vida estava formatada para o âmbito intelectual. Mas depois fui observando que, em outras esferas, este tipo de abordagem poderia ser de muita valia. E passei a tentar “aprender” emocionalmente.
Acho que consegui algum progresso. Reconheço que há muitas, muitíssimas coisas no campo emocional insuscetíveis de aprendizado pela via cartesiana (que é a minha, sem dúvida nenhuma). Por outro lado, penso ter incorporado valores muito úteis ao meu acervo interior.
Observei que um requisito essencial para este meu aprendizado foi abandonar (ou, pelo menos, deixar temporariamente de lado) meus medos, permitindo, sobretudo, que minha identidade fosse desafiada pelo “novo”. Isso foi incrivelmente difícil. Mas, graças a Deus, eu tinha bons motivos para fazê-lo. Ou maus, não sei. Acho que a gente só muda quando as coisas não estão boas. Então, aquilo que, à primeira vista, pode parecer um mal, no final das contas vira um bem, se tiver servido pra impulsionar um aprendizado.
Mas não basta sofrer para aprender emocionalmente. Foi necessário, mais do que tudo, que eu abandonasse as estratégias de controle da dor, permitindo que ela doesse. Eu não sabia que o medo da dor era pior do que a dor... Quando deixei doer, vi também que Deus estaria sempre ali – e que existia algo além da identidade desafiada: uma pessoa nova, construída pouco a pouco, alguém que podia experimentar, pelo menos de vez em quando, gratidão, compaixão e generosidade.
Como eu ganhei com isso. Não sei se me tornei alguém melhor para os outros. Mas, certamente, para mim, sim.
Toda essa reflexão tem a ver com o fato de estar em Polignano – o que, de alguma forma, me remete às minhas raízes, à pessoa que fui. Olho pra todo esse “caminho”, me vejo hoje quem sou e agradeço mil vezes a Deus por TUDO o que me trouxe aqui.
A festa de San Vito tá acabando lá fora. Fogos de artifício brilhando na janela do meu quarto, como uma festa de reveillon. Eu vou aproveitar e fazer o que sempre faço na virada do ano: entregar minha vida nas mãos desse Deus que tem me acompanhado em todos os momentos, pedindo a Ele que caminhe comigo até o fim.

2 comentários:

  1. Querida!!! entrei aqui, finalmente!
    ontem fiquei sem rede em casa e foi um dia agitado, JOgo do brasil, e jogo morno do brasil, q ganhou mas não jogou bem.
    Q prazer entrar aqui hoje e ler logo esse texto denso sobre seus medos e sobre as estrategias d e evitar a dor. Como se faz isso sem noter, como eu ja fiz isso tb. e sobre a sua mudança de caminho. Li e reli seu texto varias vezes e nem a cor do Adriático me dispersou a atenção do seu talento e do seu lirismo, querida. Valeu a pena o tempo investido em seu aprender cartesiano, sim, amiga. seu texto foi encantador. parabens..;-) beijuuu ( de noite vou ler tudo c mais calma e ver mais fotos!!!
    Ro

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  2. Miga linda! Que saudade de vc!!!
    Pois é, vc sabe bem desses aprendizados, né?
    Tamo juntooooo!
    Bom ter vc aqui! S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2 S2

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