quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sempre Assis

Não consegui postar as fotos. O sinal aqui é bem fraco, não sei exatamente por quê. Como tava em cima da hora da peça, decidi sair e deixar pra postar mais, depois.
Gente, foi lindo... lindo demais. Saí super emocionada do teatro. Quis postar agora pra não perder nada do que estou sentindo.
Como havia adiantado, a peça aborda alguns episódios da vida de Clara de Assis. Sua aproximação com Francisco, a ida para a Porciúncula, a fundação das clarisssas em São Damiano, a expulsão dos sarracenos da cidade por meio da oração e a morte da santa. Como também comentei, é um musical, com uma companhia de atores/bailarinos italiana, cujas vozes são belíssimas. As músicas? Maravilhosas. Comprei o CD. Vou ouvir direto pra matar as saudades.
No final, já eram onze e meia, saí do teatro e vim andando pro hotel, que fica perto da Basílica e da rua calminha. Ninguém na rua. Olhei pro alto: milhares de estrelas no céu. Assis era toda minha.
Vim pensando na vida, no depois da vida, em Deus, nas pessoas amadas... agradeci mais essa bênção, pois tenho certeza de que este momento mágico eu não vou esquecer nunca. Nas horas difíceis ele vai voltar, me ajudando a acreditar que tem alguém cuidando de mim.
Como eu adoro Assis...
Como tudo que me acontece aqui é sempre assim: inesperado, perfeito e... gentil. Como Deus é gentil comigo.
Queridos, eu vou dormir. Quero guardar o dia de hoje no coração.
Assim que der, eu posto umas fotos.
Fiquem com Deus.

Assis

Como eu adoro Assis...
Cheguei cansadíssima aqui. Não dormi quase nada na viagem, não sei exatamente porquê. Cada hora era uma coisa: barulho, solavanco de trem, ar condicionado muito frio... enfim. Quando cheguei em Roma, ainda peguei outro trem meio lento pra cá. Mas avistar a cidade ao longe, lá de Santa Maria degli Angeli, imediatamente me deixou feliz.
Vi que hoje o tempo tava realmente quente. Assis tá toooooda florida, os gramados verdinhos, nunca senti tanto calor assim aqui. Deixei as coisas no hotel e, apesar do sono, logo saí pra caminhar e fui ver os lugares do meu coração. Primeiro, a rua calminha. Lembrei de tudo o que ela significou da vez anterior e de tantas coisas que mudaram depois dela. Lembrei do meu pai, que, há um ano atrás, acompanhou meu "Caminho I".
Dali, fui andar pela cidade, chegando até Santa Clara. Depois encontrei pelo caminho uma mercearia com frutas. Comprei cereja, nectarina e morango. E também pão, queijo e... vinho.
Almocei, pois tava morta de fome. Claro que depois do vinho eu fui dormir, né? Mas não quis esgotar todo o sono. Levantei meio forçada e voltei pra rua, pois ainda não tinha ido na Basílica. Entrei, dei umas voltas... tava pensando em me confessar. De repente, to andando, esbarro num pessoal falando português. Um deles era frade. Começamos a conversar e ele perguntou se eu queria acompanhá-los, pois estava mostrando alguns detalhes da capela para duas baianas que vieram visitá-lo. Eu quis.
Ele disse que era o único brasileiro morando na Basílica no momento. Baiano, ele também. Uma figura! Negro, gordinho, cara meio de rastafari, super doce. Explicou vários detalhes das pinturas da capela e entrou com a gente no Convento. Fomos até o refeitório dos frades! Meu coração tava batendo forte. Nunca pensei em entrar ali. Presentão que Deus me deu, hoje.
Quando acabou a visita, voltei pro hotel pra comer alguma coisa, pois daqui a pouco vou ver um espetáculo musical sobre Clara de Assis, no teatro daqui. Por isso, esta postagem é rápida.
Vou colocar umas fotos pra vocês também matarem as saudades.
Beijos e fiquem com Deus.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Gallipoli

O Jônico tá quase roubando o lugar do Adriático no meu coração.
Hoje fui a Gallipoli. A tal outra cidade que fica na costa, é maiorzinha que Porto Cesáreo e tem mais opções de transporte pra chegar.
Fui pela STP, uma companhia de ônibus. Eu ia deixar o hotel nesta manhã, pois agora à noite to pegando o trem noturno pra Roma, onde desembarco e parto direto pra Assis (ufa!). Olhei os horários pra Gallipoli que fossem perto do meu check-out e vi que às 11:45 saía um ônibus. Fechei a conta do hotel, deixei a mala com eles e fui pro ponto, que eu pensava que fosse no mesmo lugar onde peguei a condução pra Porto Cesáreo.
Não era. Mais uma vez, ao perguntar a um grupo de motoristas pra onde eu deveria me dirigir, escutei a indefectível resposta: “É pertinho, basta dobrar a esquina”. Só que a esquina era lá na linha do horizonte.
Como eu tinha chegado em cima da hora, saí correndo para alcançar o bendito. Alcancei, com ele já saindo. Sempre os passeios “com emoção”...
Subi no ônibus suando em bicas. Hoje foi o dia mais quente aqui no Salento. Lá fomos nós, por uma estrada bem sinalizada, bem asfaltada e bastante bonita. Em uma hora já estávamos avistando a ilha de Gallipoli.
Tinha constatado, pela internet, que o ponto final era relativamente perto do centro histórico. Mas, de repente, o motorista parou num grande estacionamento, saltou um monte de gente, subiu outro monte e eu fiquei perdida, pois nem sequer avistava o casario antigo. Perguntei e ele confirmou que era a capolinea sim, se eu quisesse ficar em Gallipoli, deveria saltar. Tão tá.
Saltei e fiquei perdidona. Não tinha nada disso na internet.
Perguntei pra um camelô de frutas e ele veio novamente com a frase assustadora: “Você vai direto, sempre direto, e logo alcança o centro histórico”. Respirei fundo e peguei a direção indicada. Em matéria de tônus muscular, não há nada melhor para os membros inferiores do que uma visita à Itália...
Andei realmente muito, por uma rua que sequer tava no mapa, o Corso di Leuca. No fim dele, tem o Corso Roma, onde você começa a se aproximar da parte velha da cidade. To andando por ele e, de repente, à direita, vejo uma pracinha fofa. Parei pra olhar e enxerguei um predinho ao fundo com a seguinte placa: “Stazione”. Pô. Como assim? Estação de quê???
Era uma estação de trem. Sim, eu tinha entendido errado. Achava que mesmo a FSE (Ferrovie Del Sud Est) operava a linha Lecce-Gallipoli por meio de ônibus, mas não. Aquela pracinha era o tal ponto final que eu tinha visto na internet, mas ponto final da FSE (trem) e não da STP (ônibus). Muito mais perto do centro histórico. Entrei e comprei o bilhete pra voltar por ela.
Prossegui pelo Corso Roma em direção à ponte que liga a parte continental à ilha. Gallipoli começou pela ilha, onde fica a cidade velha. Na parte nova, o continente, ela é bem arrumadinha, tem bastante comércio, lojinhas legais. Mas estávamos na hora fantasma que, lá, é ainda pior: de uma às seis da tarde! Quê isso??? Como esse pessoal ganha dinheiro? Me explica que eu quero fazer igual.
Peguei a ponte e logo avistei uma marina. Grandinha, chegava a ser um porto. Olhei pro mar: era aquela cor de novo. Nunca vi fundo de mar em porto. Lá, eu vi.
Fui seguindo todo o perímetro da “orla”. Muuuuito fofa!!! O casario é de uma singeleza encantadora: tudo clarinho, a maior parte em branco. Diversas igrejas, uma muralha que cerca toda a costa e, depois dela, o verde azulado transparente que cativa as pupilas...
Pelo que percebi, a cidade velha só tem uma praia própria pra banho: a da “Purità”. Chama-se assim porque lá fica a igrejinha de mesmo nome, dedicada a Nossa Senhora.
Olhando a praia, pude entender o horário fantasma estendido. Aliás, o que não dá pra entender é como eles conseguem deixar aquele paraíso pra trabalhar. É um escândalo. Uma aberração. Quase uma afronta.
O Jônico de novo, transparente, raso e sossegado, sobre aquele fundo claro como o dia. Resultado disso é uma gigantesca piscina de criança a céu aberto.
Tirei um montão de fotos, mas infelizmente tive que “economizar”, pois a bateria tava descarregando. Depois de percorrer a muralha, entrei pelo emaranhado do borgo antico. Muito gracinha. Como Lecce, é um labirinto (nisso são diferentes de Polignano, cujo traçado é geométrico). Fui me perdendo nos becos salentinos.
Andei mais um tantão, até que cansei. Parecia que não agüentava dar sequer mais um passo. Vi uma gellateria e resolvi sentar numa mesinha na calçada, de frente pro azul. A atendente trouxe o cardápio com uma infinidade de sorvetes, iogurtes, granitas e por aí vai. Pedi um salgado, pra fazer as vezes de almoço (já eram umas cinco da tarde) e uma granita de figo (Gallipoli também tem um monte de figueiras na orla – cheiro bom....). Não tinha a fruta, mas ela me ofereceu figo da índia, que minha mãe adorava e chamava de “figo nino” (algo como “figuinho”, em português). Tinha zilhões de anos que não comia essa fruta. Gostoso. Mais pelo registro afetivo do que pelo sabor mesmo. :-)))
Quando acabei, tava perto da hora do trem. Dei mais umas andadas e voltei, pois tinha muito chão pela frente ainda.
Cheguei na estação e vi que ela era bem simplesinha. Pra vocês terem uma idéia, não tem passarela entre as plataformas, a gente tem que atravessar pela linha do trem mesmo. Fiquei meio nervosa com isso, mas são tão poucas as partidas diárias que não tem perigo. Tinha uns dois trenzinhos prontos pra sair, ambos suuuuuper básicos, pareciam maria-fumaça. Pensei: “cara, esse troço vai sacolejar pra caramba!”. Mas o trem pra Lecce é mais sofisticado. Arrumadinho, tem ar condicionado e tudo. Vem da metrópole, para na estação, dá uns quinze minutos e volta no sentido oposto. Quando ele estacionou, fui logo subindo pra descansar lá dentro, onde tava mais fresquinho.
Viemos por uma estrada muito gostosa, com o sol se pondo, as oliveiras plantadas na margem dos trilhos, fofo demais... cheguei em Lecce, tomei mais um sorvete, peguei minha mala e vim pra estação. Agora to no trem noturno, acabamos de sair pra Roma. Vou descansar que to acabada. Amanhã tem mais.
Fiquem com Deus.

Fotos de Gallipoli

A ponte que liga o continente à ilha.

Gallipoli continental vista da ilha.


A praia da Purità.

Igrejinha da Purità.
O casario.


Duomo de Gallipoli.

Piazzeta fofa no centro histórico.


Gellateria.

Granita de figo nino.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Porto Cesareo

Tá, eu admito. Porto Cesareo é mais bonito que Polignano. Porto Cesareo é mais bonito que tudo.
Escolhi esse destino pelo Google Earth. Pesquisei toda a costa da Puglia e, onde eu encontrei o mar mais clarinho, marquei no mapa. Era Porto Cesareo.
O Google Earth não me enganou.
Estava na dúvida se ia à cidade ou não. É meio difícil chegar lá, tem que pegar um ônibus, o ponto é longe, tem poucos horários... mas eu ainda tinha hoje e amanhã pra ficar em Lecce. Já vi bastante daqui. Tinha duas opções relativamente viáveis fora. As duas ficavam do lado do mar Jônico, que eu queria ver. Uma delas era Gallipoli, cidade maiorzinha, com várias opções de ônibus, com um centro histórico importante... mas aquele mar verde falou mais alto. Concluí que, se era pra sair daqui, valia mais a pena tentar algo bem diferente. Gallipoli é Lecce em miniatura, na beira do mar. Porto Cesareo é... o mar.
Peguei a condução no horário de meio dia. Fui pela STP. A viagem durou uma hora, mas podia durar menos, pois não é tão longe. É que o ônibus passa em um monte de outras localidades antes: San Pietro in Lama, Copertino etc.
O ponto final é na Piazzale S. Pertini. Eu achei que fosse longe da praia, mas não. Facinho de chegar. É só pegar a Via A. Piccinni e ir até o fim dela. Fui fazendo um mapinha no super caderninho que levo pra todo lugar comigo, a fim de não me perder na volta.
A rua acaba numa murada de pedra, baixinha, e do outro lado já tem areia. Quando pisei nela e olhei pra frente, pra achar o mar, meus olhos viram a cor mais linda de todo o espectro: um verde misturado com azul tão, mas tão, mas tão claro, que chega a ofuscar a vista da gente.
Não acreditei naquilo. Olhei bem, olhei de novo, passeei minha visão por aquele paraíso esverdeado. Muito longe, algumas pessoas caminhavam dentro do sossegado Jônico. Era uma enseada rasinha. Fui andando na direção do mar.
Molhei meus pés na água morna. Caminhei um tempo naquela marola suave, até que, ao pisar numas pedras que tinham musgo, escorreguei e levei um tombo. Nada sério, mas achei melhor continuar pela areia.
Eu não tinha muito tempo, pois a última condução para Lecce partia às 15 horas. Fui beirando a orla e tirando uma infinidade de fotos, de todos os ângulos. Por mais descuidada que eu fosse, tudo saía lindo, pois não tem como tirar foto feia dali.
Tinha visto no meu guru, o Google Earth, uma praia tão bonita quanto aquela um pouco mais adiante. Não tinha muita idéia de quanto era esse “um pouco”. Sabia que tinha que atravessar uma espécie de marina, um portinho, pra chegar nela. Caminhei, caminhei... e nada da praia aparecer. Já tava distante e, por isso, desisti, com medo de perder o ônibus. Nessa hora me deu fome, mas, como estávamos na hora fantasma, só encontrei aberta uma enorme sorveteria. Bem. O cardápio de hoje, vocês já sabem...
Ao alcançar a praia inicial, tirei ainda mais algumas fotos e me dirigi, bem devagarinho, à praça, pra tomar a condução. Dei umas andadinhas em volta e tirei fotos de coisas que julguei interessantes, pra colocar no blog: B&B, imobiliária, horário dos ônibus. Acabei descobrindo que tinha uma outra empresa, com mais horários, que fazia a linha Lecce- Porto Cesareo. É uma tal de Chiffi. Mas só tem no verão (mais ou menos de junho a agosto).
Chegando em Lecce, ainda fui andar mais, pois estava no fim da hora fantasma e eu queria comprar um cadeado (porque a inteligência aqui cometeu o erro número um do turista distraído: trancar a mala com as chaves dentro – e um funcionário do hotel teve que arrebentar o fecho...). Não achei. Só servia aquele com lacre de fio de aço, já que o fecho ficou destruído e eu vou ter que trancar no fecho-eclair. Ou não, né? Vai sem lacre mesmo.
Bem, gente, eu to pregada. Além do cansaço físico e da dorzinha da queda, foi uma emoção muito forte conhecer Porto Cesareo. Consumiu minhas energias. Vou pra caminha.
Beijos, fiquem com Deus. E com as fotos, que seguem adiante.

Porto Cesareo






domingo, 27 de junho de 2010

Meus pais

Aqui na Itália, tudo é a minha mãe. No sul da Itália, particularmente.
As comidas, os exageros, o jeito gaiato. Coisas que eu não entendia, que escapavam do nosso desvio padrão cultural e, por isso, eu estranhava. Aqui, tudo isso é normal.
Tenho pensado muito nos meus pais. Primeiro, por razões óbvias: é impossível não lembrar da minha mãe estando na Puglia. Também porque a morte do meu pai ainda é um evento recente, que eu não consegui elaborar por completo.
Entendo melhor minha relação com eles... ou talvez, não os tendo mais por perto para influenciar minha interpretação, esteja fazendo um diagnóstico de tudo e rotulando à minha maneira. O fato é que percebo o quanto eles foram/são centrais dentro de mim. Cresci, me distanciei, fiz meu caminho, é claro. Mas acho que nunca me afastei da coisa mais importante que eles deixaram: estimular meus aprendizados. Nos momentos fáceis e nos difíceis. Tudo o que sou hoje veio disso, do que aprendi com eles e do que aprendi por causa deles.
Sou grata, infinitamente grata aos dois. Não sei se fui capaz de expressar isso convenientemente enquanto eles estavam vivos. Acho até que me esforcei, mas talvez não tenha sido suficiente. De qualquer jeito, sei que fiz aquilo que podia fazer. E eles também.
Hoje na missa rezei por eles, sempre rezo. Senti saudades... quis voltar no tempo, evitar todas as suas dores. Mas, coitada de mim... sou tão mortal quanto eles... tão impotente quanto eles... e um dia vou morrer como eles. Como é estranho, isso. A morte introduz uma percepção completamente estranha em nossa trajetória. Pensamos que somos imortais até sermos “atropelados” pela perda de alguém importante. Tudo muda depois disso. Entendemos até o fundo da alma que o tempo, que antes parecia infinito, tem prazo pra terminar.
Quando tive esta percepção, passei a tentar aproveitar ao máximo cada segundo de minha vida, não desperdiçando energia com o que não vale a pena. Acho mesmo que tenho conseguido garimpar, no meu repertório, apenas aquilo que compensa o investimento – pois tudo é investimento. Tudo o que a gente faz tem um preço e, de uma forma ou de outra, a gente paga. Nenhum episódio está a salvo de suas conseqüências... Mais um aprendizado que meus pais me proporcionaram.
Tenho sentido uma gratidão enorme por tê-los tido em minha vida. Esses momentos na Itália só fizeram aumentar este sentimento. Reconheço, em mim, o que veio deles e fico feliz com isso. Me entendo melhor. Me reconcilio com eles e comigo. Fico mais em paz. E mais uma vez agradeço a Deus por tudo o que me trouxe aqui e, especialmente, por eles.

De tudo, um pouco

Showzinho público na Piazza Santo Oronzo, em Lecce. Vejam a lua cheia lá longe, no céu, à direita.

Mini-praça (piazzeta) em Vieste.
San Giovanni Rotondo: uma das estações da Via Sacra monumental.

Entrada do Parque Karol Woytila em Foggia, ao anoitecer.

Queijos típicos da região do Gargano, em Montesantangelo.

Fogos de artificio da festa de San Vito.

Café da manhã do hotel, em Polignano.
Cardápio de restaurante em Polignano.

Lecce no domingo

Momento-fantasma. Hora boa pra blogar.
Decidi que hoje ficaria aqui, completamente à toa. Primeiro, porque tava cansada de tanto andar. Segundo, porque este hotel é uma delícia. Terceiro, porque os horários pras cidades onde tava pensando em ir são escassos no domingo. Motivos suficientes.
Acordei mais tarde: nove horas. Fui pro café. É fofo, o café daqui. Tem diversas coisas típicas do Salento: uns queijos molinhos (tipo o queijo aerado daí), doce em pasta de figo com amêndoa (um esculacho de bom), bolinhos salgados recheados com azeitona preta e condimentos, milhares de embutidos e, na seção das frutas, cerejas maravilhosas!!! Comi muito. Nem to me pesando, dessa vez. Acho que só vou pisar numa balança em Roma, quando estiver perto de voltar. Assim, eu pego leve nos chocolates da Duffry...
Entrei na internet pra procurar o horário das missas. Só achei da Basílica, às oito da noite. É super complicado saber os horários das outras. Deviam afixar do lado de fora, mas talvez seja proibido, por serem monumentos, sei lá. Só sei que não vi em nenhuma. Da Basílica, só descobri mesmo porque eles têm site próprio. Bem. Eu já pretendia ir lá de qualquer jeito, pois quero ver como ela é por dentro.
Preguiçosamente, saí para comprar uma salada no único lugar aberto por aqui em dia de domingo: o Mac Donalds. Aliás, único não. É possível que você encontre uma loja funcionando aos domingos ou em horário fantasma na Itália, mas, pode estar certo: dentro dela vai haver alguém com os olhos puxados. Os orientais (desconfio que sejam chineses), assim como os africanos, estão “invadindo” o país, só que fortemente concentrados na área de comércio.
Na volta, passei numa das muitas pasticcerias locais e tomei um sorvete. Bom, ma non troppo. Apesar de ter provado esta iguaria em todas as cidades por onde andei, não achei nenhum tão bom quanto o de Polignano. Claro que até o pior daqui é melhor do que o melhor daí. Mas, se você quiser o sorvete mais gostoso do mundo... vá pra Polignano. Aliás, vá pra lá se quiser a melhor focaccia do mundo, o mar mais bonito, a cidade mais cheirosa e a festa mais animada. E o padre mais engraçado. Virei promotora de turismo da cidade. -)))
Bem, pessoas. Eu acho que vou dormir... to adorando esse relógio biológico à italiana. Meu corpo se adaptou super bem à hora fantasma. Só quero saber como vai ser quando eu voltar pro Brasil...

sábado, 26 de junho de 2010

Fotos de Lecce

O anfiteatro romano.

O cemitério de Lecce.


Igreja de San Nicolò e Cataldo.


A monumental Porta Napoli.

O melhor do barroco: Basilica de Santa Croce.



Frontão da Basílica.


Detalhe da rosácea, no frontão.



O fofíssimo Jardim Público de Lecce.



Parquinho infantil no Jardim Público.

Percorrendo Lecce

Lecce é maravilhosa. Da próxima vez em que eu vier à Itália, não vou passar nem perto de Roma. Desembarco direto na Puglia.
Há na cidade uma enorme profusão de monumentos barrocos, lindíssimos – e acho que seu sucesso como destino turístico deve-se, também, a alguns outros fatores conjugados. O primeiro é que o centro histórico é totalmente plano. O segundo, que ele é relativamente pequeno. Lecce é uma cidade fácil. Contribui ainda a presença de uma grande universidade, o que acrescenta uma dinâmica urbana ao lugar.
Hoje fiquei, mais uma vez, rodando, pois não tinha esgotado tudo o que desejava ver ontem. Já havia andado pela Piazza Santo Oronzo, onde fica o anfiteatro romano, talvez o monumento mais famoso daqui. Vi diversas igrejas também, mas não deu tempo de chegar à mais importante delas.
Hoje acordei cedo e fui pra rua. Comecei pelo Jardim Público de Lecce. Gente, que lugar lindo. Suuuuper bem cuidado. Um monte de criancinhas brincando, maior clima bom.
Saindo, me dirigi, aí sim, ao principal exemplar do barroco leccese: a Basílica de Santa Croce. O que é aquilo... um escândalo. Uma das coisas mais bonitas que já vi na vida. Toda em pedra calcárea, clarinha, cheia de ornamentos em relevo. Não pude entrar, pois estava fechada. Mas o lado de fora já compensa.
Andei bastante, vi uma imensidão de igrejas. Logo chegou a hora fantasma e eu verifiquei que é o melhor momento para o turista, pois tudo fica vazio, o que permite fotos sem contaminação visual de carros e/ou gente.
Fui até a igreja de San Nicolò e Cataldo, que fica dentro do cemitério da cidade, bem distante. Pessoal, parece loucura, mas o cemitério é lindooooooo!!! Esta igreja é famosíssima. Pra vocês terem uma idéia, todo mundo que vem a Lecce vai vê-la, todos os guias recomendam. A entrada é uma alameda toda ajardinada, com um imenso pórtico e, lá no fundo, uma arcada que precede o monumento.
Passei também pela Porta Napoli, na volta. É um enorme arco construído na mesma pedra, na extremidade do centro histórico. Lembram que eu havia comentado, no outro blog, essa coisa das “portas” que existiam nos muros que demarcavam os burgos?
Bem embaixo do arco, estava um sujeito parado numa bicicleta. Eu queria tirar uma foto ali, minha, e, como não tinha mais ninguém por perto, pedi a ele. Falei em italiano. Ele respondeu que não podia tirar, pois cobrava dois euros pra sair numa foto, já que era muito bonito. Eu então expliquei que era pra ele tirar uma foto minha, não eu uma dele. Ele concordou. Começamos a conversar.
Era um queniano, negro. Há inúmeros africanos aqui na Puglia, acredito que em virtude da proximidade geográfica. Vi em todos os lugares: Bari, Foggia, Manfredônia, Vieste. Principalmente nas cidades que têm porto.
Eles vêm pra cá em busca de uma vida melhor. Não sei se são “legais”. A maioria trabalha como camelô.
Robert, assim disse chamar-se meu interlocutor, falava um italiano sofrível e pediu pra mudarmos pra inglês. Tá. Me explicou que tem um negócio de taxis no Quênia, que já tem dois veículos. Veio pra cá fazer dinheiro pra voltar e aumentar o negócio. Na realidade, o objetivo dele é ir pra Londres, mas achou mais fácil começar por aqui.
Me disse ainda que os italianos segregam bastante os africanos. Falou que a maioria desses que vi são senegaleses. Há poucos quenianos. Brinquei com ele que deveria se tornar atleta, pois seus compatriotas sempre vencem corridas. Ele respondeu que a situação em seu país é muito ruim para a maior parte da população.
Deve ser difícil. Se os turistas são tratados como são, imagina os imigrantes... que talvez nem sejam legais. Por outro lado, também deve ser complicado ver seu país “invadido”, entupido de gente, mesmo a passeio. É como ter visitas em casa todos os dias...
Robert, no final da conversa, obviamente me convidou pra dar uma voltinha no Café tal, que era um ótimo passeio, não se podia deixar de conhecer e blá, blá, blá... eu, obviamente também, respondi que não e agradeci a sugestão. Aqui, todo homem que troca duas palavras com você, te convida pra sair. Principalmente se ele souber que você é brasileira...
Como a rua tava totalmente vazia, apressei o passo e voltei pro centrão. Em Lecce, você tem que andar com o mapa na mão simplesmente o tempo todo, pois a parte histórica é um labirinto só. Me perdi um pouco, mas acabei chegando.
Ainda dei umas andadas, a hora fantasma tava acabando e a rua enchendo de gente. Mas eu não agüentava mais de cansada. Foi o dia todo uma pauleira. Resolvi voltar pro hotel e tomar um banho. Agora vou descansar, blogar, ver TV e dormir. Amanhã talvez eu vá a alguma cidade aqui por perto, dependendo da minha disposição.
Vou postar umas fotos do dia.
Arrivederci.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Lecce

Carro trafegando no centro histórico: o calçamento da rua é em mármore...

Fachada principal da Igreja de Santa Clara.

Altar barroco na capital mundial do barroco: Igreja de Santa Clara.


Torre lateral - Duomo.


Detalhe da fachada do Duomo.


Duomo - Lecce.

Gargano - Roma - Salento

Gente, aconteceu tanta coisa desde a última postagem que parece que foi no mês passado!
Bem, pra resumir, eu fui pra Roma, encontrei minha irmã, me consultei com o médico, que diagnosticou uma alergia (só não se sabe a quê...), receitou uns remédios e, já na noite de ontem, peguei o trem noturno para Lecce.~
Teria um monte de coisas pra falar sobre o trajeto, mas não vou postar muito porque meu braço tá doido pra aprontar das suas... vou apenas dizer que Lecce, a cidade onde estou, é uma aberração de linda! Um escândalo!!!
Coloco algumas fotos pra vocês observarem.
Um beijo. Fiquem com Deus.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Deixando o Gargano

O dia ontem foi praticamente perdido. Um frio absurdo, ventania descomunal, ressaca no mar, hora fantasma... parecia um pesadelo. É difícil chegar e sair de Vieste. Se fosse mais fácil, eu teria ido embora depois do almoço, quando percebi que a cidade não tinha mais nada pra dar.
Só que eu precisava esperar o horário do ônibus. Pretendia voltar pela SITA, que, como eu disse, tinha mais horários. Até tinha comprado, equivocadamente, um bilhete pela Ferrovie Del Gargano, mas tive que sair novamente do hotel, com aquele tufão lá fora, pra comprar o da SITA, pois aqui, como vocês sabem, a gente não pode pagar a passagem dentro do transporte. Lá fui eu.
Dei umas voltinhas pelo centro histórico e tal... mas meu humor já estava deteriorado. Nada mais poderia salvar Vieste. Comprei o bilhete, morrendo de raiva por ter gasto dinheiro à toa no outro, que eu não pude devolver.
Voltei, comi o que sobrou do dia... e vi que tinha uma coisa me incomodando no braço. Uma coceira danada. Olhei... tava cheio de bolinhas vermelhas. Hum... Primeiro achei que fosse alergia (eu tenho alergia a TUDO). Depois concluí que seria difícil, porque a coisa era muito localizada e eu não tinha feito nada naquela parte do corpo que não tivesse feito também nas outras. Deixei o tempo passar e vi que foi piorando, espalhando. Decidi ligar pro seguro. Eles atenderam e perguntaram onde eu estava, pra localizar um médico. Numa fração de segundo, eu pensei: “cara, não vai ter médico em Vieste por nada desse mundo! Vou indicar Foggia!”. E pedi que fosse localizado um profissional em Foggia. Como já era meia noite, eles ficaram de ligar no dia seguinte de manhã com a informação.
Resultado: eu tinha que estar em Foggia na próxima manhã. Procurei os horários de partida e só tinha uma opção que servia: o ônibus das 6:15 da manhã. Era nesse que eu ia. Botei o relógio pra despertar e fui dormir.
Acordei na hora marcada, me arrumei rápido e desci pra recepção, pois ainda precisava andar até o ponto de ônibus. Ninguém. Toquei aquela sinetinha que fica em cima do balcão. Ninguém. Toquei bem alto. Nada. Esmurrei a sinetinha. Um hóspede passou pela portaria e saiu pra rua. Pensei: “esse, eu acordei”. Mas, no balcão do hotel, nada ainda. Comecei a passear pelo andar inteiro, gritando “Buon giorno!!!”. Veio um sujeito com uma tremenda cara de sono, sem a menor pressa e eu ali, toda estressada, já. Paguei a conta e perguntei onde era o ponto do ônibus. Ele me indicou o lugar. Lá fui eu.
Cheguei no ponto ainda faltando uns quinze minutos pra hora de saída. Rua totalmente deserta. Um vento horroroso, eu tava toda encapotada. Fiquei ali esperando, esperando... nem sinal de ônibus. Daqui a pouco passa uma senhora e fala assim: “O ônibus não passa mais por aqui não! Você tem que ir pra tal lugar”. Perguntei: “É longe?”. Ela disse “Não, só uns dez minutinhos de caminhada”...
Olhei o relógio. Pensei :“F&%$#”. Faltavam dois minutos pro horário de saída. Procurei na minha pobre memória os lugares onde tinha visto ponto de ônibus, pra me dirigir àquele mais próximo. Lembrei que na praia tinha e saí correndo, eu e a mala. Por que sempre tem que acontecer esses episódios loucos comigo? Por que as coisas não podem ser normais?
Bem, pelo menos, eu consegui chegar. Como ele passava onde eu estava um pouco depois da partida, deu tempo. Esperei uns dois minutos e vi surgindo lá atrás na curva o lindo ônibus azulzinho que me levaria a Foggia.
Ele parou, eu ia subir. O motorista, com aquela simpatia que vocês já podem imaginar, nem esperou eu me mexer e foi perguntando: “Você tem o bilhete da Ferrovie Del Gargano?”. Lembrei do bilhete inútil. Respondi, triunfante: “Sim” – e ele me abriu as portas do paraíso...
Agora, eu pergunto ainda: POR QUE eles divulgam que o trajeto naquele horário é feito pela SITA e botam um ônibus da outra empresa, que não aceita o bilhete da anterior e nem vende o deles próprios?????????????? Bem. Siamo in Itália. É só o que posso dizer.
Agradeci mil vezes a Deus por estar deixando Vieste. Cheguei em Foggia morrendo de sono, mas feliz. Infelizmente (ou não...), mesmo aqui, o seguro não achou nenhum médico disponível pra me atender hoje. Decidi então ir pra Roma, onde a assistência é melhor e onde, também, eu poderia encontrar minha irmã. Agora to no trem, deixando o Gargano. Ainda meio traumatizada com esta etapa da viagem. Mas acho que vai passar. Daqui a um tempo, eu vou rir disso tudo e lembrar só do lindo Adriático visto do alto de Montesantangelo.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Vieste

Uma das praias e o cartão postal da cidade: um monolito calcáreo no meio do mar.

Mercado aberto da cidade.

Rua fofa no centro histórico.

O porto, num dia de vendaval.

Vieste no domingo? Não. É apenas a hora fantasma. São duas da tarde de terça-feira.

O vento

O tempo hoje tá ainda pior do que o de ontem. Ta ventando absurdamente na cidade. A temperatura, até que aumentou um tiquinho, mas esse vento inviabilizou completamente qualquer simpatia que eu pudesse ter pelo lugar.
Acordei com a porta da varanda batendo. Pensei: “isso não é bom sinal”. Tava realmente resfriada e, por isso, não quis levantar logo. Quando me deu coragem, fui pro café. D e novo me deu preguiça e acabou que eu só saí lá pelo meio dia.
Gente... era um vento tal que, se você não segurasse nas paredes, ele te carregava. Eu queria ir ver uma das praias que fica na outra ponta da estrela e, por isso, fui andando até o centro. Chegando na praia, onde fica o porto da cidade, as rajadas eram tenebrosas. Não fiquei dois minutos. Voltei, num mau humor danado. Eu detesto vento. E como aqui é cidade praiana, não resta muito a fazer quando o tempo ta ruim...
Entrei no quarto, almocei minha saladinha com pão e vinho e to aqui pesquisando os horários dos ônibus de volta. To doida pra ir embora.
A coisa da hora fantasma também atrapalha um pouquinho a viagem. Todo dia você tem, obrigatoriamente, que dormir, ou andar no nada durante umas três ou quatro horas. Não tem a menor graça, pois, além da rua ficar deserta, os monumentos, as lojas, enfim, tudo está fechado. Até os restaurantes. Sim. Os restaurantes, aqui, fecham pra hora do almoço dos donos... Eu confesso que não entendo isso direito. Italiano trabalha muuuuuuito menos do que brasileiro. Eles têm vida além do trabalho, coisa que, em nosso país, ta cada vez mais difícil de acontecer.
Bem. Hoje estou aborrecida. Talvez amanhã, chegando em Lecce, meu humor melhore. Vou postar mais algumas fotos de Vieste.
Beijos.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Curiosidades italianas

Concurso em Montesantangelo: a mais bela varanda florida da cidade!

Pão gigante na entrada de uma merearia.

Whisky e seus preços, no supermercado.

A "cara" dos Correios na Itália.

Barraquina na rua. Especialidade: crepe de nutella. Olha o tamanho dos potes!!!

Vieste o otras cositas más

Primeira noite aproveitável em Vieste.
Depois da hora fantasma, resolvi sair. Queria ir numa parte da cidade que ainda não conhecera. É um pouco difícil andar aqui, pois, além dos desníveis – escadas, ladeiras, morrrinhos -, o local tem forma meio estelar, com várias “pontas” em direções opostas. Tentei ir para um determinado ponto, mas saí em outro. E foi ótimo, porque acabei chegando numa via bem interessante, chamada XXIV de Maggio (toda cidade aqui tem uma rua com esse nome, deve ser uma data importante para os italianos). Cara de centrinho badalado. Legal.
Encontrei um mercado aberto com zilhões de produtos típicos, que se resumem sempre a uma imensidão de frutas maravilhosamente grandes, frescas e saborosas, assim como vasinhos de vidro de todos os formatos com azeite ou vinagre condimentado e, por fim, bebidas alcoólicas.
Hum... by the way... hoje eu queria tomar vinho. Achei que podia, já que não pretendia tomar nenhum remédio (o braço ta bem melhor), não tinha nada de diferente pra fazer e, se ficasse tonta ou passasse mal, era só desabar na cama. Fui no supermercado e comprei: salada empacotada (1,50E), sabão líquido para lavar roupa (1,29E), 3 tomates (0,52E), um pão (0,22E), queijo cotagge (1,50E) e o tal vinho (4,30E). Procurei um que tivesse teor alcoólico baixo (o seguro morreu de velho), que não fosse seco (ta, eu não gosto do vinho, gosto do açúcar) e que não tivesse que abrir com saca-rolhas. Achei um branco que aqui eles chamam de frisante (tem bolhinhas), teor alcoólico 7,5%.
Cheguei no hotel e jantei. O danado do vinho era bem gostosinho, parecia a própria uva engarrafada. Mas foi o mesmo que beber refrigerante! Não senti nada, nem sono me deu!
De qualquer jeito, acho que hoje vou desabar mesmo. Eu andei um infinito aqui, subindo e descendo ladeira. O frio também me deixou meio acabada, acho até que me resfriei. Comprei um polivitamínico, por via das dúvidas.
Mas... antes de desabar, queria falar algumas coisas que considero úteis e tinha esquecido.
A primeira é a coisa dos Correios. Estive na agência, em Foggia. Você chega, procura o setor de pacos (encomendas) e pega uma senha. Queria só pedir informação, mas, mesmo assim, peguei a senha, porque tudo aqui na Itália é motivo pra vc levar um fora... Bem. Perguntei se poderia mandar um paco para mim mesma, a ser retirado em outra cidade, dentro de 3 semanas. Resposta: não. O paco só fica na agência de destino durante 6 dias. Depois ele volta para a agência de onde foi mandado. :-(((
Outra coisa: o hotel aqui em Vieste. Eu reservei por meio de um site, o “Venere”, que já tinha usado antes para isso. Em todas as vezes que recorri ao serviço, deu super certo. Caminhando pela cidade, vi que meu hotel tem o melhor custo-benefício de todos. Tem outros em áreas melhores, ou mais sofisticados, mas, pelo preço que eu to pagando, acho que ele atende totalmente às minhas pretensões. O único porém é que foi meio difícil de chegar... eu saltei do ônibus no ponto final e tive que andar muuuuito, COM A MALA, pra chegar aqui. Tinha outro ponto mais perto, mas eu não sabia. Bem. No final deu tudo certo.
Ainda sobre a região do Gargano, constatei que o serviço de transporte, que é meio complicado, pois não tem trem para todas as localidades, funciona melhor pela SITA do que pela Ferrovie Del Gargano. Tem mais horários. De todo jeito, os perrengues que passei aqui foram infinitamente menores do que os do Caminho de Francisco, porque lá em Rieti, meu amigo... a coisa é feia. Comece a rezar agora, se achar que um dia pode precisar de transporte por lá...
Bem, por hoje é só. Vou pra caminha. Já são onze da noite e minha bateria ta descarregada.
Beijos pra todos.

Fotos de Vieste

Carne (de quê, eu não sei...) com legumes grelhados, água mineral e limoncelo.

Palmeiras plantadas na orla.

A ponta de São Francisco.

A ponta de São Francisco, vista de longe.