domingo, 30 de maio de 2010

Não confie em ninguém com mais de trinta anos. Nem nas empresas de transporte.

Pois é.
Acabei de saber do seguinte: a Trenitália não faz mais o percurso Roma-Bari direto. Ao menos no Eurostar. Ao menos por enquanto.
Tinha pedido à minha irmã pra comprar as passagens pra lá, pois vamos logo na manhã seguinte à minha chegada. Quando ela tentou adquirir este trecho, foi informada de que devemos saltar do trem em Benevento, pegar um ônibus até Foggia e depois mais um até Bari. Facinho assim.
Fiquei pppppppppp da vidaaaaaa!!! A Trenitália já conseguiu me tirar do sério sem eu nem ter chegado lá!
Eu ia basear todo o meu roteiro em Bari. Agora, ou eu faço isso passando por todos os perrengues das baldeações, ou eu mudo minha base. Felizmente soube disso agora, pois seria muito pior ser tomada de surpresa quando estivesse na Itália.
Já reclamei da empresa no blog anterior, vocês viram. Bem. Desceu mais cinquenta mil quilômetros no meu conceito.
Estou calejada com empresas de transporte. A Trenitália nem me surpreendeu tanto. Mas a British... que decepção. É muito chato planejar uma viagem com uma enorme antecedência e ter que fazer mudanças em cima da hora por causa desse tipo de problema. Enfim. Esse é o "primeiro mundo". Já dizia Millôr Fernandes: "não confie em ninguém com mais de trinta anos. Aliás, como medida de segurança, não confie também em ninguém com menos de trinta anos".

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Notícias do Brasil

Não posto há séculos. Estava mal dos ombros... :-(((
Ainda não fiquei boa e, por isso (e também por causa da greve da British), resolvi adiar a viagem em uma semana. Espero que o tempo seja suficiente para melhorar.
Mudei, assim, grande parte do cronograma. Já vou chegar direto na fase "Polignano", razão pela qual excluí todo o trecho ao Norte de Foggia, que se referia a Ancona, Pescara, Loreto e Lanciano. Concluí que seria mais fácil visitar esses lugares quando fosse para o Norte, numa próxima oportunidade.
Então é isso, gente. Diz o ditado que "o homem põe, mas Deus dispõe", no sentido de que nosso controle sobre os acontecimentos é sempre limitado. Bem. Estando tudo nas mãos d'Ele, eu fico tranquila.
Posto quando tiver novidades.
Beijos em todos.

sábado, 15 de maio de 2010

Greve da empresa aérea

Gente, tô transtornada. A empresa aérea pela qual vou viajar me mandou um e-mail avisando, polidamente, que estará em greve nos próximos vinte dias e que meu vôo "poderá" ser cancelado...
Foi tanto perrengue pra marcar a viagem, relocar minhas férias, reagendar as passagens, fechar o cronograma... e agora, isso!!!
Fiquei sem ação. Não sei se mudo a data de ida, se troco de companhia...
O mais louco é essa organização tão "britânica" da greve (bem, eles SÃO britânicos...). Saber que ela vai acontecer, ter previsão de quais vôos serão cancelados, avisar todos os clientes como se nada fosse, oferecer disponibilidade de assentos em outras diferentes datas... e ainda dizer que, se for feito reagendamento e o vôo original não for afetado, pode-se voltar a ele, sem taxas adicionais, desde que HAJA DISPONIBILIDADE de vagas!!!
Bem... por enquanto, ainda não sei o que vou fazer. Quando decidir, conto pra vocês. Torçam por mim.
Beijos.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Remessa postal de objetos na Itália

Não blogo há um tempão. Estava ruinzinha da tendinite.
Para uma pessoa com este tipo de limitação, fica bastante complicado carregar bagagem pesada. Por outro lado, viajar um mês pelo exterior carregando malinha pequena implica um certo desconforto. Fora que não dá pra comprar nada na viagem, pois, em geral, a "malinha pequena" já vai lotada na ida...
Havia lido num desses inúmeros blogs de viagens a sugestão de mandar eventuais compras pelo Correio pro Brasil. Hum... Achei melhor me certificar bem sobre como funcionava a coisa na Itália.
Os Correios, por lá, chamam-se "Poste Italiane". Tem um serviço bem legal, para pessoas físicas ("private"), a expedição ("spedire pacchi"). São diversas modalidades. O site da instituição é:

http://www.poste.it/index.shtml

Nos serviços de expedição, consta o de remessa internacional. Tive a impressão de não ser tão caro, em comparação com os preços praticados aqui no Brasil. Ainda assim, não fiquei satisfeita: enviar encomendas para outro país não é coisa das mais baratas, sem contar o fato de que é necessário fazer o desembaraço aduaneiro - o que me fez desconfiar de obstáculos burocráticos intransponíveis... "siamo in Italia"... :-)))
Uma ótima alternativa me pareceu enviar para um destinatário dentro do país mesmo e depois arrecadar tudo, na hora de voltar pro Brasil. Isso ficou fácil desta vez, pois, como disse, minha irmã vai estar lá (tadinha. Ela deve estar lendo isso agora sem nem saber que ia se meter nessa furada...). Eu não tenho bem certeza, mas, mesmo se não houver destinatário certo, dá pra remeter para si mesmo, indicando uma agência de Correio na última cidade italiana que se visitar e retirando quando chegar lá (não vi nada informando isso, mas assim concluí, ao verificar que, na ausência do destinatário no endereço indicado, a encomenda volta pros Correios).
Pronto. Já posso trazer pedras grandes da praia de Polignano :-)))
É bom não esquecer, contudo, a restrição quanto ao peso da bagagem determinada pela companhia aérea... E ainda, no caso de compras, a limitação de valor para a entrada, no território brasileiro, de bens importados.
Dentro da Itália, há diversos tipos de remessa postal. A mais simples é o "pacco ordinario". Custa 7,00 euros e permite o envio de até 20 quilos. Leva cinco dias úteis pra chegar na cidade italiana de destino. Se a pessoa estiver com um tiquinho mais de pressa, pode usar o "paccocelere 3", que leva só três dias úteis e cobre até 30 quilos, ao preço de 9,10 euros. O "paccocelere 1" é ainda mais rápido: para a mesma carga, promete entregar no dia útil seguinte, a 15,30 euros.
Vejam a diferença pro "paccocelere internazionale", aquele destinado à remessa direta pro Brasil: fiz uma simulação no site da empresa postal e vi que um pacote de 20 quilos remetido à cidade de São Paulo leva quatro a cinco dias pra chegar e custa cerca de 200 euros... fora a coisa da aduana...
Quanto mais sofisticado o serviço, mais raro de encontrar - é outra coisa importante a considerar. No site da empresa, é possível verificar quais agências oferecem a modalidade pretendida. Em geral, nas grandes cidades e nas principais agências, são disponibilizadas, pelo menos, as remessas internas. Já aquela destinada ao exterior, pode ser mais difícil de encontrar.
Por fim, todas as encomendas devem ser devidamente empacotadas. O próprio serviço postal anuncia a disponibilidade de caixas para embalagem, que variam de tamanho e preço. São as "scatole di imballaggio", que custam de 1,40 a 3,70 euros.
Bem... vamos ver como tudo isso funciona por lá. Vou testar o serviço e posto aqui o resultado.
Beijos. Fiquem com Deus.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

"Se uno ti dà uno schiaffo sulla guancia destra, tu pórgigli anche l'altra"... (Mt 6, 39.b)

Esta é a versão, em italiano, de uma frase muito famosa - e muito discutida, também, da Bíblia. Trata-se do versículo, encontrado no Evangelho de Mateus, em que Jesus nos propõe oferecer "a outra face" quando sofrermos uma agressão.
Acho que o texto tem mais críticos do que defensores, e eu mesma sempre me incomodei com a ideia. Não conseguia entender a frase senão sob a interpretação mais rasa - e corrente - de que o conselho dado sugeria uma submissão inerte ao sofrimento.
Depois de tantos e tantíssimos conflitos, como acontece com qualquer ser humano ("já não tenha dedos pra contar/de quantos barrancos despenquei/e quantas pedras me atiraram/ou quantas atirei"), comecei a testar o "não-revide", uma prática muito difícil de exercitar. Decidi fazer um esforço para não me defender quando não fosse estritamente essencial. Fazendo isso, percebi que uns 99% dos conflitos, dos meus, pelo menos, resultavam do fato de eu PRECISAR me defender de críticas, agressividade ou qualquer manifestação negativa alheia. Quando comecei a ficar calada, não respondendo a estas provocações, aprendi que deveria exercitar um comportamento ainda mais difícil: não tentar mudar a opinião dos outros a meu respeito, o que implicava, também, pagar todos os preços que isso custava, inclusive PERDER coisas e pessoas... foi difícil...
Mas valeu a pena. Fiquei livre. Pude manter meu foco, apenas, na construção daquela pessoa que queria ser - abrindo mão de esforços para convencer os outros do que quer que fosse, à custa de minha própria serenidade.
Formulei, assim, uma interpretação pessoal para aquela frase do Evangelho. Constatei que era muito, mas muito melhor, pra mim mesma, PERDER UMA BRIGA DO QUE SUSTENTÁ-LA. Vi que uma eventual sensação de vitória, no final, por ter "ganhado a briga" ou dado a última palavra, era um bônus muito pequeno, comparado a tudo o que havia perdido, mantendo-a.
Enxergar as coisas dessa forma me deixou feliz. Como sempre - e já havia falado isso no blog anterior -, tudo o que Deus me pede é pra mim, não pra Ele. Ele já é Deus, não precisa de nada... eu é que precisava entender o que era ter "paz no coração, não obstante"...